Todos sabem quão dificultoso é a manutenção de
qualquer casa, por todas as necessidades que isso implica, seja de caráter físico
ou espiritual. São percebidas as despesas com água, energia, limpeza,
alimentação, bem como, uma devida manutenção periódica da estrutura do prédio.
Para isso, requer de seus responsáveis uma condição financeira que venha a
cobrir tais custos, e por ventura, possíveis reformas do espaço.
Porém, quando se trata de uma casa espírita, essas
necessidades se ampliam, visto que em seu seio, muitas pessoas transitam em
diversos dias, e usufruem de suas acomodações para a realização dos trabalhos imprescindíveis
à divulgação do Espiritismo.
Para alguns companheiros de trabalho espírita, há
sempre um constrangimento para a conquista de verbas que se destinem a tais
despesas. Levando em consideração as orientações do lúcido mestre Allan Kardec,
quando no capítulo XXIX de O Livros dos Médiuns, elaborou as diretrizes para a
direção das futuras instituições espiritistas, dando-nos como modelo o estatuto
da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
“Em 1º de abril de 1.858,
Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, um ano depois da
codificação da Doutrina Espírita e publicação do Livro dos Espíritos (18 de abril de 1857). Esta foi a primeira Casa Espírita oficialmente
constituída. A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas foi constituída com o
objetivo de promover estudos relativos às manifestações espíritas e suas consequências.
Era uma Casa dedicada aos primeiros estudos científicos da Doutrina dos Espíritos.”
“O objetivo desse ensaio é justamente trazer à
reflexão qual a melhor forma de fazer a Manutenção da Casa Espírita respeitando
as diretrizes do Evangelho e da Doutrina dos Espíritos codificada por Allan
Kardec: Fora da
Caridade não há salvação. Deixamos bem claro que este trabalho é mero exercício
de reflexão e que somos simples Aprendizes do Evangelho.” Assim inicia o
livro A MANUTENÇÃO DA CASA ESPÍRITA, do bacharel e licenciado em Letras
Português/Francês pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humana e pela
Faculdade de Educação da USP, Rodrigo
Félix da Cruz.
Lembra ainda que “Outro ponto importante é o tipo de público frequentador da Casa
Espírita. No Século XIX, em sua maioria, os frequentadores eram intelectuais
que buscavam observar e estudar os fenômenos espíritas. Estes eram oriundos da
nobreza e burguesia e por isso tinham condições financeiras de fazerem a
Manutenção da Casa Espírita por meio de contribuições mensais.”
Precisamos considerar tais diferenças e adequar o
estatuto de Kardec aos dias atuais, ponderando a nossa forma de administração à
capacidade de nossa economia e das pessoas envolvidas nos trabalhos da casa.
Rodrigo Félix ainda diz que “Existe uma respeitável corrente de intelectuais espíritas que defendem
o retorno da mensalidade para a Manutenção da Casa Espírita defendendo a tese de que somente podemos dar
de graça o que de graça recebemos. Impostos, conta de água, conta de luz, conta
de telefone, materiais de limpeza, materiais de higiene e insumos
administrativos não são obtidos de graça, e por isso não é possível fornecê-los
também de graça. Nessa tese seria desonesto e insensível querer receber de
graça de uma instituição aquilo que é oneroso para esta. Os adeptos dessa
corrente apontam que houve erro na implantação do Espiritismo no Brasil que
adotou o modelo assistencialista católico. Também defendem a ideia de que é
melhor cobrar uma mensalidade do que promover eventos muitas vezes contrários à
Doutrina Espírita como jogos, bailes extravagantes e venda de bebidas
alcoólicas.”
Ressaltamos a importância da Administração da Casa Espírita feita de
forma democrática e capacitadora mediante eleições periódicas, formação de
equipes trabalho, revezamento de atividades e de valorização de todos os
envolvidos.
O
membro que tem a possibilidade e interesse em se envolver mais nas atividades
da Casa Espírita pode se associar voluntariamente assumindo uma mensalidade
fixa para o custeio das despesas fixas da Casa Espírita tais como água, luz,
telefone, impostos, etc.
O
membro iniciante ou que não tem condições de contribuir mensalmente nem por
isso deixará de ajudar, pois será convidado a participar de campanhas de
doação, festas e eventos que custearão, por exemplo, a assistência social,
ampliações de espaço e a implantação de novos trabalhos, etc. Tudo em
conformidade com os princípios Evangélicos e da Doutrina Espírita.
Nesta
vida ninguém e totalmente rico que não possa receber ajuda e ninguém é
totalmente pobre que não possa ajudar com algo.
A responsabilidade da
Manutenção da Casa Espírita cabe a todos nós.
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